Gonzagão foi um guerreiro
De nome reconhecido
No Nordeste Brasileiro
Onde ia era aplaudido
Sanfona branca na mão
Cantava com inspiração
Ele animava o salão
De palha e barro batido
I
Quando cantava um baião
Por todos era aplaudido
Hoje no nosso sertão
O forró tá esquecido
Quando Gonzagão cantava
A sua voz era brava
Ninguém cantando imitava
Nesse Nordeste querido
II
Chorei naquela semana
De agosto mês sofrido
Quando o filho de Santana
Se encontrava falecido
Não tem mais quem agüente
Deus tenha pena da gente
Mande Luis novamente
Eu ficava agradecido
III
Sabemos que Gonzagão
Já mais será esquecido
Trocou o reino do chão
Num reino mais garantido
Ele trocou sua cruz
Ganhou uma eterna luz
Hoje mora com Jesus
Na mansão do prometido
Autor: Erasmo Barreira
Acordar no Sertão
Não tem coisa mais bonita
Pra gente acordar feliz
Com o cântico dos xexéus
Das graúnas e colibris
Dos sabiás dos canários
Rouxinóis e juritis
Quando escuto a codorniz
Com o relinchar do cavalo
Com o berro do bezerro
Com a cantiga do galo
O leitão gordo deitado
E o peru a arrodeá-lo
Entoam que nem badalo
Os pardais e a peitica
Com o seu cantar sonoro
No galha da oiticica
Escutando direitinho
Ela só diz fica fica
O jumento a hora indica
Com o seu lindo relinchão
Avisando ao sertanejo
Não perder a condução
Pra você ver tudo isso
Tem que morar no sertão
Autor: Erasmo Barreira