2.792 pessoas na fila por prótese
Publicado em 23 de setembro de 2011 ( MATÉRIA ABAIXO EXTRAÍDA DO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE ,,,VEÍCULO DO SISTEMA VERDES MARES DE COMUNICAÇÃO )
Vida de espera: portador de diabetes, José Valdir Gonçalves, 63 anos, aguarda prótese desde dezembro
VIVIANE PINHEIRO
Desde 2008, a Secretaria Municipal de Saúde não realiza licitação para aquisição do equipamento
Após ter o ante-pé esquerdo amputado, a vida do vendedor José Valdir Gonçalves, 63 anos, nunca mais foi a mesma. O fato ocorreu em 2008, agravado por causa de uma diabetes, mas apenas em dezembro último, solicitou prótese no programa do Centro de Saúde Carlos Ribeiro.
Desde 2008, não é realizado processo licitatório para garantir o benefício. Por conta disso, a fila cresce assustadoramente. Neste ano, 2.792 pessoas aguardam por prótese ou órtese, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Em 2006, quando o fornecimento do benefício pelo Programa de Órtese e Prótese com Reabilitação Física, do Centro de Saúde Carlos Ribeiro, no Jacarecanga, funcionava normalmente, a demanda reprimida era de oito pessoas. Em 2007, subiu para 32. No ano seguinte, último ano que foi realizada uma licitação, o processo estagnou e a fila sextuplicou, passando para 201. No ano passado, subiu para 1.415. A média de crescimento é de 557 pessoas por ano.
São pessoas portadoras de deficiência física que precisam de uma prótese, órtese ou um meio auxiliar de locomoção (cadeira de rodas e muletas) para melhorarem as suas condições de vida. A coordenadora de Atenção a Saúde da Pessoa com Deficiência, Andressa Aguiar Paulino, informa que existe um processo licitatório em andamento, mas como uma empresa de São Paulo quis participar da concorrência, o processo foi impugnado.
"Já justificamos e estamos aguardando a nova publicação do edital", esclarece. De acordo com a coordenadora, a expectativa é que até a primeira quinzena de outubro o processo seja concluído. A empresa vencedora terá o prazo de 45 dias para entregar o material. "Se tudo correr bem a previsão é de que no início de dezembro os benefícios sejam entregues".
Andressa Paulino diz que o processo irá contemplar 80% da demanda reprimida e apenas algumas inscrições de 2011, ficarão pendentes.
Para quem sofre com uma série de dificuldades de locomoção, o sentimento é de descredibilidade. "É tudo papo furado, desde 2008, que a Prefeitura não fornece nada. Quantos miseráveis não estão na mesma situação que eu? É um absurdo, apelo para a consciência dessas pessoas", diz Valdir Gonçalves.
A coordenadora de Atenção a Saúde da Pessoa com Deficiência, explica que o último processo licitatório ocorreu em 2008, mas o item de cadeira de rodas foi fracassado. Por conta disso, a Secretaria de Saúde dos Municípios pediu dispensa de licitação junto a Procuradoria Geral do Município e foi autorizado em 2010, quando foram entregues mil cadeiras de rodas.
LUANA LIMA
REPÓRTER
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Uma vergonha para uma cidade do porte de Fortaleza, uma chaga social que se abre no seio de nossa gente, queria ver se os responsáveis por este absurdo tivessem casos de familiares próximos aguardando na fila, se tratariam com tamanha insensatez essa questão. Saber que o que mudaria radicalmente a vida cotidiana dos amputados são próteses simples que variam os preços partindo de quatrocentos, quinhentos ou seiscentos reais e outras com um custo um pouco maior, comparar estes investimentos pois não são gastos nem despesas comparando-se com os desperdícios de recursos públicos jogados ao ralo em gastos cheios de futilidades e em obras politiqueiras e campanhas desnecessárias.
Enquanto isso a dor, o sofrimento toma conta do coração daquele que está impossibilitado de lutar. Será que a justificativa não seria para muitos politicos, resguardando aqueles que são isentos do comportamento pertinente aos canalhas, o motivo do mutilado, do amputado ter dificuldade de ir a uma seção eleitoral, deve ser este o motivo maior para tamanho descaso. Tomara que se materialize o que se anuncia,,"A REVOLTA DAS BENGALAS" Mostrando-lhes que eles os ambutados perderam parte dos membros inferiores e/ou superiores mas não perderam a voz nem a capacidade de se indignar e unidos terão a força para dizer NÃO a quem negaram-lhes seus direitos
